Comunicado de imprensa
11 de nov. de 2025Global

Empresas economizam US$54 bilhões com ações de baixo carbono no mundo, revela o CDP

Apenas 8% das empresas latino-americanas alinham seus investimentos às suas estratégias de transição, o que revela uma lacuna crítica de financiamento, apesar de 52% relatarem iniciativas de redução de emissões.

São Paulo, 12 de novembro de 2025: À medida que líderes mundiais se reúnem na COP30, em Belém, para enfrentar os trilhões de dólares ainda ausentes para o financiamento climático global, uma nova análise do CDP mostra que os dados necessários para fechar essa lacuna já existem — e que instituições financeiras já estão usando essas informações para direcionar capital a esforços de transição credíveis.

 Empresas que reportam por meio do CDP, a principal plataforma independente de reporte ambiental do mundo, registraram mais de US$54 bilhões em economias anuais em 2024 com iniciativas de baixo carbono, comprovando que a ação climática pode gerar valor de negócio mensurável.

 Com base em dados de quase 12 mil empresas globais, o novo relatório do CDP From Plans to Capital: Unlocking Credible Transition Finance at Scale mostra que 72% das empresas têm iniciativas de redução de emissões em andamento, mas apenas 11% informam ter qualquer investimento de capital alinhado às suas estratégias de transição. Isso revela uma grande oportunidade para que empresas e investidores conectem ambição e financiamento, transformando planos em resultados concretos.

 Na América Latina, onde 791 empresas divulgaram indicadores de planos de transição, 52% já adotam ações para reduzir emissões, mas apenas 8% reportam destinar recursos financeiros alinhados às suas metas de transição.   Esses resultados, em escala global e regional, destacam uma lacuna crítica entre ambição e financiamento, e reforçam a necessidade de acelerar a mobilização de capital para transformar planos de transição em resultados climáticos concretos.

   

A ambição compensa — mas o financiamento precisa acompanhar

O caso de negócio para um planejamento climático credível é cada vez mais forte. Empresas globais com planos de transição têm quase o dobro de probabilidade de identificar oportunidades de crescimento e economia de custos no curto prazo (51% contra 28%), demonstrando que a transição já está criando valor para quem age.

No entanto, o financiamento global não acompanha esse ritmo. O investimento na transição atingiu US$2 trilhões em 2024 — apenas um terço dos US$6,7 trilhões necessários por ano até 2030 para manter o mundo no caminho da meta de zero emissões líquidas.

   

Dados que direcionam o financiamento

A análise do CDP também revela como as próprias empresas descrevem as condições das quais dependem para planejar uma transição bem-sucedida. Entre as empresas globais com planos de transição, 94% identificam, em média, pelo menos cinco categorias de dependências — incluindo tecnologia (83%), infraestrutura (67%) e políticas e regulações de apoio (67%). Esses insights mostram aos formuladores de políticas exatamente onde a clareza regulatória e os incentivos ao investimento podem transformar prontidão em ação.

“Os formuladores de políticas podem usar esses dados para verificar onde as empresas estão prontas, onde existem gargalos e como as políticas públicas podem destravar o financiamento privado”, disse Amir Sokolowski, Diretor de Clima do CDP. “A divulgação permite melhores decisões, direcionando capital para planos credíveis e para a descarbonização do mundo real.” 

    

Instituições financeiras em movimento

O setor financeiro também está avançando. Globalmente, em 2024, 544 instituições financeiras, representando US$145 trilhões em ativos, reportaram por meio do CDP — e cerca da metade delas já publica seus próprios planos de transição. Mais da metade dessas instituições já utiliza dados corporativos de planos de transição para orientar seus processos de due diligence em investimentos e empréstimos.

Na América Latina, 30 instituições financeiras, que juntas somam US$ 2,75 trilhões em ativos, reportaram por meio do CDP. Destas, 47% já divulgam seus próprios planos de transição, evidenciando o avanço regional e o potencial de ampliar a integração de critérios climáticos nas estratégias de financiamento.

“A infraestrutura do financiamento de transição já existe — os dados estão aqui, os planos estão prontos; mas ainda há pouco capital fluindo pelo sistema. “As instituições financeiras não precisam mais esperar por dados perfeitos. O foco agora deve ser alinhar os investimentos a planos de transição credíveis”, acrescentou Amir Sokolowski.” 

“A transição para uma economia positiva para o planeta não acontecerá sem financiamento — e o financiamento não fluirá sem confiança”, afirmou Sherry Madera, CEO do CDP. “Vemos uma grande ambição em todo o mercado; agora, precisamos aproveitar o poder dos dados para impulsionar os fluxos financeiros que sustentam a ação. A COP30 deve marcar o momento de passar da ambição à implementação, colocando dados confiáveis e de alta qualidade no centro do financiamento da transição.” 

   

Da prontidão à escala

O relatório também constata que, no cenário global, as empresas com planos de transição estão mais bem preparadas para os impactos físicos das mudanças climáticas: 74% avaliam tanto riscos físicos agudos quanto crônicos, em comparação com 43% das empresas sem planos. Mais da metade (56%) utiliza cenários climáticos físicos para orientar sua estratégia de negócios. O gerenciamento de riscos físicos é o primeiro passo para um planejamento de transição que inclua adaptação — e as instituições financeiras devem usar esses dados, bem como dados relacionados à natureza, para promover fluxos de financiamento de transição mais resilientes.

O CDP incentiva formuladores de políticas, investidores e empresas a trabalharem juntos para ampliar o que já está funcionando, usando os dados de divulgação como base para a alocação de capital, gestão de riscos e crescimento resiliente.

    

Notas aos editores

A análise tem como base as divulgações corporativas de 2024 submetidas por meio da plataforma global de reporte ambiental do CDP. Para mais detalhes, consulte o relatório aqui.

    

Sobre o CDP

O CDP é uma organização global sem fins lucrativos que administra o único sistema independente de reporte ambiental do mundo. Como pioneiro no reporte ambiental, acreditamos na transparência e no poder dos dados para impulsionar mudanças. Em parceria com líderes em negócios, finanças, políticas públicas e ciência, trazemos à tona as informações necessárias para viabilizar decisões positivas para o planeta. Em 2024, ajudamos mais de 24.800 empresas e quase 1.000 cidades, estados e regiões a reportarem seus impactos ambientais. Instituições financeiras que representam mais de um quarto dos ativos institucionais globais utilizam dados do CDP para orientar decisões de investimento e crédito. Alinhado ao padrão climático do ISSB, o IFRS S2, como sua base fundamental, o CDP integra os principais padrões e frameworks de reporte em um só lugar. Nossa equipe é verdadeiramente global, unida pelo desejo comum de construir um mundo onde pessoas, planeta e lucro estejam em equilíbrio. Visite CDP.net ou siga @CDP para saber mais.

    

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